terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Nossas cicatrizes

                Às vezes, no domingo a noite, o coração aperta. Como se fosse uma velha cicatriz que nos dias chuvosos nos traz um leve desconforto, só para nos lembrar que ela está ali. Que o passado existiu e que tudo o que você é hoje, deve um pouco a ele.
       Ao passado que já atormentou e hoje só ensina. Ao passado que em tantas vezes parecia ser impossível de superar e hoje mostra como aquilo era só um degrau, diante de um grande e intensa jornada.
       Jornada essa que não se tornou mais fácil com o tempo, mas que fortaleceu nossos joelhos e, principalmente, nossos corações.
       Às vezes a cicatriz lateja ou uma pequena pedra machuca para nos mostrar que de vez em quando se faz necessário desfazer-se da armadura. Mostrar-se frágil e permitir qualquer sentimento e toda sua confusão. 
       É sinal de vida. De que o coração pulsa.
       A partir do momento em que nada disso existir é sinal de escuridão, das letrinhas subindo no final do filme. 
       Sei que meu filme ainda não acabou. Talvez minha vida seja até uma série, com diversas temporadas e com muita surpresa pela frente. 
       Que elas venham! As cicatrizes do passado estão aqui para me fazer lembrar do quanto sou capaz.

Carina Gabriele Buss



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