quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Pedro reencostou-se na mesa, era como se precisasse do equilíbrio que havia rejeitado.
Sua simples vida não parecia singela por meio de seus olhares. Ele buscava, a toda instante, sem saber, a complexidade. No fim das contas, não se satisfazia com coisas pequenas.
Nadou contra a corrente até então. Nunca soube se por necessidade, vício ou ambição. Ambição de ser diferente. O comum sempre lhe pareceu entediante. Mas nunca permitiu conhecê-lo profundamente.
Podia contentar-se com sorrisos ao amanhecer, palavras bonitas em momentos do dia-a-dia. Podia, e devia, muitas vezes, tolerar, 'engolir seco'. Nem tudo precisa ser questionado. As coisas às vezes precisam ser como são, simplesmente.
Encontrou em Marina a simplicidade. Encantou-se.
Sentiu falta dos amigos. E descobriu que não foi apenas por aquela piedade que a distância causa. Foi por perceber o quanto o simples é verdadeiro, grandioso e o quanto lhe fazia melhor.
Passou, então, a querer ser simples. A querer ser o melhor para alguém.
Encontrou seu equilíbrio.

3 comentários:

Neal Cassady disse...

Eu também tenho aprendido isso.
A questionar menos, a buscar a simplicidade.
Se há dois caminhos normalmente escolho o mais complicado, que parece ser mais divertido.
Mas, vamos falar a verdade...
Quando a simplicidade surge de repente, não é maravilhosa?

Neal Cassady disse...

Texto muito bom mesmo, de verdade.
Daqueles que dão vontade de copiar e guardar.
Demorou, mas veio com vontade o texto, hein?
Foi um daqueles que me deu raiva por não ter sido eu a escrever.

Nay disse...

Oi, simples assim ;)
Algumas pessoas conseguem despertar-nos para algo que sempre esteve obvio. A simplicidade e grandiosa e encantadora. Sorte do Pedro ter encontrado Marina, sorte de quem lê seu texto e descobre na simplicidade sorrisos que antes seriam perdidos!

;*