sábado, 25 de julho de 2009

Eu descobri que eu sei lidar, conviver, dizer tudo o que quero dizer para quem me trata mal, me faz mal.
Mas não sei lidar com quem me trata bem. Sempre fica algo a dizer, algo a fazer. É um medo de ser quem eu sou. De não gostarem de mim de todos os modos estranhos que eu tenho. E, por essa sensação, que eu não sei bem se é medo, fui criando uma parte de mim que vem comigo há tempos, mas que não é minha, nunca foi. Eu a impus na minha vida, mas nunca perguntei se minha vida a queria.
Nunca perguntei se as pessoas que me querem por perto a queriam.
E ela chega, destrói às vezes minha sensibilidade, minha vontade de amar.
E quando o meu eu aparece, escancarado, por não conseguir mais se esconder, ele assusta, é agressivo.
Queria saber domá-lo. Queria saber me domar.

"Dissimulação é a pós graduação da punhalada nas costas.
A maldade ou sacanagem ou fraqueza escancarada é fácil de afastar. Mas o que fazer com as pessoas que te dão colo e carinho e poesia?" (Tati Bernardi)